O policial militar Antônio Bernardo da Silva Filho deve sentar no banco dos réus no próximo dia 24 deste mês para ser julgado pela morte do topiqueiro Ângelo de Araújo Andrade. O crime aconteceu na cidade de Aiuaba, Interior do Ceará, e teria sido premeditado motivado por ciúmes.
O julgamento está programado para começar às 8h30, na 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Crateús. A família da vítima teme a absolvição do réu devido a ele ser agente da Segurança Pública. O processo segue em segredo de Justiça.
"Nosso medo é que, por se tratar de um policial militar, a resposta do sistema de Justiça não seja a mesma de qualquer outro réu. Ângelo tinha nome, família, história. Queremos apenas um julgamento justo e transparente", diz Sara Andrade, tia da vítima. A defesa do réu não foi localizada pela reportagem.
Ângelo foi morto a tiros enquanto estava dentro de uma topic, em Aiuaba. O sargento teria assassinado a vítima devido a um desafeto motivado por ciúmes. A reportagem do Diário do Nordeste apurou que Ângelo e Antônio Bernardo se relacionaram com a mesma mulher.
A vítima já vinha sofrendo ameaças pela internet, conforme a acusação.
O sargento foi flagrado por meio de uma 'selfie' feita por uma mulher, momentos antes do crime. O policial militar foi acusado pelo Ministério Público do Ceará e virou réu na Justiça Estadual por homicídio qualificado (por motivo fútil e por emboscada), no dia 26 de maio de 2022.
A Polícia também apurou com testemunhas que a companheira do policial militar também era alvo de ameaças, além de agressões e até cárcere privado, segundo o Ministério Público do Ceará.

Legenda: Quando a topic parou, a dupla se aproximou com uma espingarda calibre 12 e um revólver e efetuou vários disparos contra Ângelo, que morreu no local
Foto: Reprodução/ Inquérito Policial
No dia do crime, por volta de 5h50, dois homens aguardavam pela vítima em uma parada de ônibus, na CE-176. Quando a topic parou, a dupla se aproximou com uma espingarda calibre 12 e um revólver e efetuou vários disparos contra Ângelo, que morreu no local.

Legenda: No dia do crime, por volta de 5h50, dois homens aguardavam pela vítima em uma parada de ônibus, na CE-176
Foto: Reprodução/ Inquérito Policial
Para o MPCE, há prova da existência do crime e indício suficiente de autoria e de perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado.
"Os autos mostram que o assassinato do Ângelo foi por motivo torpe pelo fato de Ângelo ter tido, no passado, um relacionamento com a ex-companheira do réu. Ângelo já estava noivo de outra pessoa, trabalhando para o casamento, e teve a vida interrompida por uma emboscada. Queremos que as provas falem em plenário e que a justiça seja feita", pede Tácito Andrade, tio da vítima.
DN