Mortes em academias de Fortaleza acendem alerta para riscos de treinos sem acompanhamento profissional

 




Duas mortes recentes ocorridas em academias de Fortaleza vêm acendendo um alerta sobre os riscos de praticar exercícios físicos sem o devido acompanhamento profissional. Nos dois casos, homens de 40 e 44 anos sofreram mal súbito durante o treino e não resistiram, indo a óbito em seguida.

O caso mais recente ocorreu na última segunda-feira (20), quando um homem de 40 anos morreu enquanto se exercitava em uma academia na Avenida Washington Soares. Exatamente uma semana antes, outro homem, de 44 anos, também foi a óbito em uma academia localizada no bairro Dias Macedo.

De acordo com especialistas, é comum que pessoas iniciem atividades físicas sem orientação adequada de profissionais de saúde, o que pode representar sérios riscos. O uso de substâncias para potencializar resultados, como pré-treinos, estimulantes e hormônios, é uma das principais preocupações.

A nutricionista Alyne Morais alerta para o perigo do consumo desses produtos sem orientação. “É realmente necessário ter muito cuidado com o uso de estimulantes, de hormônios, de produtos que prometem resultados rápidos em pouco tempo. A gente vê muito isso hoje com relação à busca de um corpo perfeito, de resultados rápidos. Então muitas vezes as pessoas recorrem a produtos que vão prejudicar a sua saúde”, pontua.

A especialista também explica que o momento da alimentação influencia diretamente o desempenho e a segurança do treino, principalmente no caso de alimentos mais pesados. “Porque se eu fizer o consumo desse alimento e com mais ou menos meia hora eu for treinar, eu vou passar mal. Por quê? Porque eu estou gastando energia no processo digestório e eu vou gastar energia para o treino. Então, o teu corpo não vai responder de forma positiva. Ele vai ter náusea, vai passar mal, vai ter enjoo, ânsia de vômito. A gente tem que ter o intervalo correto entre uma refeição e um treino.”

Além dos cuidados nutricionais, médicos reforçam a importância de uma avaliação clínica antes de iniciar atividades físicas. A cardiologista Simony Fauth explica que o esforço do exercício pode revelar doenças cardíacas que estavam silenciosas. “O exercício físico, ele é uma sobrecarga, ele pede mais do coração. E às vezes uma doença que esteja silenciosa pode se demonstrar, inclusive subitamente. E aí você pode ter uma série de doenças (…) e o primeiro sintoma pode ser a morte súbita.”

O presidente do Conselho Regional de Educação Física da 5ª Região (CREF5), Welton Godinho, destaca que a presença de profissionais habilitados é essencial para garantir a segurança dos alunos. “É importante a população ser bem informada, ter veículos seguros de informação, ter a consulta de profissionais para utilização de determinados suplementos, para a prática de exercícios físicos e o profissional realmente acompanhado. Entre as nossas diretrizes de segurança, inclusive, está o fato desse acompanhamento contínuo”, explica ele.

Para Godinho, o acompanhamento diário pode ser decisivo para evitar tragédias. “É no dia a dia que vai se percebendo se a pessoa pode ter algum tipo de acometimento que infelizmente pode acabar resultando nesse desfecho que acabou ocorrendo.”

[GCmais)

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