Operação mira expansão do CV na Região Serrana do RJ; 12 são presos, entre eles um PM e um assessor da Prefeitura

Blindado da Core circula pela Maré — Foto: Reprodução/TV Globo
Blindado da Core circula pela Maré — Foto: Reprodução/TV Globo
 



A Polícia Civil do RJ e o Ministério Público do Rio de Janeiro iniciaram nesta quinta-feira (2) mais uma fase da Operação Asfixia, contra a expansão territorial do Comando Vermelho (CV). Desta vez, a iniciativa mira o avanço da facção para a Região Serrana, sobretudo Petrópolis, a partir do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Há relatos de intensos tiroteios desde o fim da madrugada

 Até a última atualização desta reportagem, 12 pessoas haviam sido presas. Entre elas estão:

  • Bruno da Cruz Rosa, sargento da PM, lotado no 20º BPM (Mesquita);
  • Robson Esteves de Oliveira, assessor especial da Prefeitura de Petrópolis.

Segundo as investigações, Bruno e Robson eram informantes do tráfico.

Tiros no Parque União

Agentes da 106ª DP (Itaipava) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) e promotores do Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) saíram para cumprir 18 mandados de prisão. Além disso, a Justiça mandou bloquear cerca de R$ 700 mil em bens da organização criminosa.

Parte dos alvos foi procurada no Parque União, na Maré, onde a Core atuou com blindados e pelo menos 2 helicópteros. As equipes foram recebidas a tiros.

Petrópolis era entreposto

A 106ª DP descobriu que Petrópolis virou um entreposto do Comando Vermelho para a Região Serrana.

A força-tarefa identificou 55 envolvidos no esquema. Segundo as investigações, Wando da Silva Costa, o Macumbinha, chefe do CV para a Região Serrana, Luis Felipe Alves de Azevedo, braço direito dele, e outros comparsas se esconderam na Maré, de onde coordenavam a logística de transporte dos entorpecentes para Petrópolis.

Wando e Luis não foram encontrados e já são considerados foragidos.

Informantes

O PM Bruno da Cruz Rosa é apontado como informante do tráfico. “Ele ganhava alguns benefícios, inclusive dinheiro para divulgar operações na Região Serrana”, afirmou o delegado Victor Barbosa.

Ainda de acordo com Barbosa, o assessor Robson Esteves de Oliveira também repassava informações sigilosas à facção.

Impactos

Segundo a Secretaria Municipal de Educação, 16 unidades escolares no Complexo da Maré foram impactadas.

A Secretaria Estadual de Educação informou que 2 escolas precisaram ser fechadas na região.

A Secretaria Municipal de Saúde do Rio informa que, na região do Complexo da Maré, uma unidade de atenção primária (Clínica da Família) interrompeu por completo o funcionamento e outra CF suspendeu as atividades externas, como visitas domiciliares.

O que dizem as autoridades

Nota da Prefeitura de Petrópolis

“A Prefeitura de Petrópolis tomou conhecimento da prisão do assessor da Secretaria de Serviços, Robson Esteves, em operação realizada pela Polícia Civil.

A administração municipal reforça que não tinha conhecimento sobre qualquer atividade ilícita praticada pelo servidor, que atuava na Secretaria há alguns anos, e que segundo a investigação, mantinha uma vida paralela alheia às funções desempenhadas no Executivo. Diante da gravidade dos fatos, o prefeito determinou a imediata exoneração do assessor.

A prefeitura está à disposição das autoridades para colaborar com todas as informações necessárias ao processo.”

Nota da Polícia Militar

“A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informa que a 7ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar — subordinada à Corregedoria-Geral da Corporação — acompanhou o cumprimento de um mandado de prisão contra um policial militar, durante uma ação realizada pela Secretaria de Estado de Polícia Civil.

Posteriormente, o referido policial será conduzido à Unidade Prisional da SEPM, localizada na cidade de Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O militar responderá a um processo administrativo disciplinar, que avaliará a possibilidade de sua permanência nos quadros da SEPM.

O comando da corporação reitera que não compactua com desvios de conduta ou crimes cometidos por seus integrantes, e que atua com rigor na apuração e punição dos envolvidos, sempre que os fatos forem constatados.”




(g1) 

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