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| Foto: Reprodução |
Uma adolescente de 16 anos foi morta a tiros no bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza, área marcada por disputa entre facções criminosas como Comando Vermelho (CV), Guardiões do Estado (GDE) e TDN. O crime ocorreu três meses após a jovem ter testemunhado um homicídio na mesma região e identificado os mandantes e executores do assassinato. A adolescente também havia sido alvo de represálias por ter perdido drogas em uma apreensão realizada pela Polícia Militar.
Moradores relataram à polícia que a adolescente era conhecida na região por trabalhar como “aviãozinho” do tráfico para a facção Guardiões do Estado (GDE) e por repassar informações às forças de segurança. A investigação apontou ainda que ela possuía três registros de atos infracionais análogos aos crimes de tráfico e consumo de drogas.
Segundo depoimentos colhidos durante a apuração, a jovem traficava para um homem identificado como Daniel da Silva Menezes, conhecido como “Daniel San”, que atuava no chamado “Beco da Doze”, ponto de produção e venda de drogas no Vicente Pinzón. Uma denúncia anônima indicou que a adolescente sofria agressões sempre que cometia erros no tráfico e que Daniel teria planejado a morte da jovem após descobrir que ela repassava informações à polícia.
Daniel da Silva Menezes foi preso em julho de 2025 no próprio “Beco da Doze”, local que contava com câmeras de segurança. Ele responde criminalmente pelo assassinato da adolescente e por outros crimes relacionados ao tráfico de drogas, com processos em tramitação na 2ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas. No momento da prisão, foram apreendidos uma pistola calibre 9 mm, munições, placas de colete balístico, além de uma balança de precisão e drogas embaladas para comercialização.
O relatório pericial da Pefoce concluiu que os projéteis retirados do corpo da vítima foram disparados pela pistola apreendida com Daniel San, reforçando o vínculo entre a arma e o crime investigado.
Testemunha de homicídio no Vicente Pinzón
Em março de 2025, a adolescente havia sido testemunha do assassinato de João Victor Dias, morto a tiros na comunidade da Fazendinha, também no Vicente Pinzón. Segundo relatos, o jovem teria sido executado após abandonar a facção GDE e tentar se vincular à facção TDN, em um episódio conhecido como “rasgar a camisa”.
No dia do crime, a adolescente estava com João Victor e conseguiu escapar com vida, embora tenha sido atingida por um tiro na perna. Em depoimento, ela identificou quatro pessoas como mandantes e executores do homicídio. Os suspeitos, ligados à facção GDE, eram apontados como lideranças responsáveis pelo controle do tráfico na região.
As investigações indicaram que, no dia do assassinato de João Victor, integrantes das facções GDE e TDN teriam marcado um encontro para discutir a divisão territorial da área. O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou quatro suspeitos, conhecidos como “Pedim”, “T.A.”, “Tchuco” e “Aleijado”. Em dezembro de 2025, a Justiça manteve a prisão preventiva dos réus e determinou que eles fossem julgados pelo Tribunal do Júri.
Francisco Carlos Davi Filho, conhecido como “Pedim”, foi identificado como líder do grupo no Vicente Pinzón e apontado como mandante do assassinato de João Victor Dias.
(GCMais)



