Adolescente de 16 anos é morta a tiros no Vicente Pinzón após testemunhar homicídio na região

Adolescente de 16 anos é morta a tiros no Vicente Pinzón após testemunhar homicídio na região
  Foto: Reprodução
 



Uma adolescente de 16 anos foi morta a tiros no bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza, área marcada por disputa entre facções criminosas como Comando Vermelho (CV), Guardiões do Estado (GDE) e TDN. O crime ocorreu três meses após a jovem ter testemunhado um homicídio na mesma região e identificado os mandantes e executores do assassinato. A adolescente também havia sido alvo de represálias por ter perdido drogas em uma apreensão realizada pela Polícia Militar.

De acordo com as investigações, a vítima foi assassinada na madrugada do dia 10 de julho de 2025. Conforme consta em relatório policial, um carro branco se aproximou da adolescente e, em seguida, três homens desceram do veículo e efetuaram diversos disparos. O laudo da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) apontou que a jovem foi atingida por quatro tiros na cabeça e um nas costas.

Moradores relataram à polícia que a adolescente era conhecida na região por trabalhar como “aviãozinho” do tráfico para a facção Guardiões do Estado (GDE) e por repassar informações às forças de segurança. A investigação apontou ainda que ela possuía três registros de atos infracionais análogos aos crimes de tráfico e consumo de drogas.

Segundo depoimentos colhidos durante a apuração, a jovem traficava para um homem identificado como Daniel da Silva Menezes, conhecido como “Daniel San”, que atuava no chamado “Beco da Doze”, ponto de produção e venda de drogas no Vicente Pinzón. Uma denúncia anônima indicou que a adolescente sofria agressões sempre que cometia erros no tráfico e que Daniel teria planejado a morte da jovem após descobrir que ela repassava informações à polícia.

Daniel da Silva Menezes foi preso em julho de 2025 no próprio “Beco da Doze”, local que contava com câmeras de segurança. Ele responde criminalmente pelo assassinato da adolescente e por outros crimes relacionados ao tráfico de drogas, com processos em tramitação na 2ª Vara de Delitos de Tráfico de Drogas. No momento da prisão, foram apreendidos uma pistola calibre 9 mm, munições, placas de colete balístico, além de uma balança de precisão e drogas embaladas para comercialização.

O relatório pericial da Pefoce concluiu que os projéteis retirados do corpo da vítima foram disparados pela pistola apreendida com Daniel San, reforçando o vínculo entre a arma e o crime investigado.

Testemunha de homicídio no Vicente Pinzón

Em março de 2025, a adolescente havia sido testemunha do assassinato de João Victor Dias, morto a tiros na comunidade da Fazendinha, também no Vicente Pinzón. Segundo relatos, o jovem teria sido executado após abandonar a facção GDE e tentar se vincular à facção TDN, em um episódio conhecido como “rasgar a camisa”.

No dia do crime, a adolescente estava com João Victor e conseguiu escapar com vida, embora tenha sido atingida por um tiro na perna. Em depoimento, ela identificou quatro pessoas como mandantes e executores do homicídio. Os suspeitos, ligados à facção GDE, eram apontados como lideranças responsáveis pelo controle do tráfico na região.

As investigações indicaram que, no dia do assassinato de João Victor, integrantes das facções GDE e TDN teriam marcado um encontro para discutir a divisão territorial da área. O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou quatro suspeitos, conhecidos como “Pedim”, “T.A.”, “Tchuco” e “Aleijado”. Em dezembro de 2025, a Justiça manteve a prisão preventiva dos réus e determinou que eles fossem julgados pelo Tribunal do Júri.

Francisco Carlos Davi Filho, conhecido como “Pedim”, foi identificado como líder do grupo no Vicente Pinzón e apontado como mandante do assassinato de João Victor Dias.



(GCMais)

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