Ansiosa por uma resposta, Evilene Rodrigues, de 19 anos, vai nesta
segunda à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de José Walter, em
Fortaleza, cobrar explicações sobre o erro médico que levou o seu filho
de 1 mês à UTI. A jovem mãe viu quando o pequeno Kaleb recebeu a
medicação para bronquiolite de uma enfermeira, ficou roxo e precisou ser
socorrido às pressas na unidade.
Depois de estabilizar o
paciente, segundo Evilene, dois médicos relataram que o bebê havia
sofrido uma parada cardiorrespiratória. O medicamento que deveria ser
ministrado via aerosol acabou injetado na veia de Kaleb, conforme o
relato dos profissionais à família.
— Eu quero explicações, né? Ou
pode ter sido prescrito, e a enfermeira só fez o que estava lá, ou pode
ter sido um erro da enfermeira. Eu quero uma resposta, e alguém vai ser
responsabilizado pelo que aconteceu com o meu filho, porque não era
para ele estar nessa situação. Ele estava bem. Estava com bronquiolite,
mas nada de mais — frisou a mãe.
Segundo Evilene, a criança foi
transferida para a UTI do Hospital Infantil Sabin na noite deste
domingo. A Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa) informou que o bebê
apresentou melhora, foi levado ao Centro de Terapia Intensiva (CTI)
nesta segunda-feira e tem quadro clínico estável.
Evilene levou o filho à UPA para tirar um raio-x porque Kaleb apresentava cansaço, um sintoma provável de bronquiolite.
—
Ele estava cansado, e o cansaço dele não parava. Ele estava bem, sem
nem mostrar que estava doente. Quando foi no sábado, às 9h, a enfermeira
disse que tinha uma medicação para o cansaço. Mas aí (logo que recebeu o
remédio) deu a parada (cardiorrespiratória), foi ficando roxo. Eu pedi
para ela ajudar, que meu filho estava morrendo. Ela mesma pegou ele no
braço e já foi um monte de médico correndo, fazendo massagem (cardíaca) —
contou.
A Secretaria de Saúde do Ceará destacou que o menino teve
uma "reação adversa grave" à medicação "por diversas causas". Uma
sindicância será instaurada na UPA para investigar o caso de Kaleb. Ao
saber que o filho estava internado em estado grave, Evilene foi
procurada pelos médicos e avisada do erro.
— Eu disse que era
culpa da enfermeira, e o médico disse que era uma fatalidade.
Fatalidade, não. Foi uma irresponsabilidade — ressaltou a mãe.
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