Após a chacina do Benfica, onde integrantes de torcidas organizadas
foram mortos, o Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) cobra a
imediata extinção das atividades da Torcida Uniformizada do Fortaleza
(TUF), da Torcida Organizada Jovem Garra Tricolor (JGT), e da Associação
Torcida Organizada Cearamor.
O MPCE lamentou as mortes na chacina e diz que os membros dessas
entidades são, frequentemente, associados a práticas criminosas
envolvendo atos de vandalismo, violência física e assassinatos, gerando
grande temor à sociedade.
As ações do Ministério Público do Estado no sentido de coibir as
práticas criminosas de torcedores ligados a essas organizações não são
de hoje. Em 2013, o MPCE peticionou em ação civil pública para a
imediata extinção das atividades das torcidas organizadas bem como o
ingresso de seus integrantes nos estádios com objetos identificadores
das torcidas.
Em 2016, a ação foi acolhida pela juíza da 36ª Vara Cível, Antônia
Dilce Rodrigues Feijão, que dissolveu compulsoriamente as atividades da
Torcida Uniformizada do Fortaleza (TUF), da Torcida Organizada Jovem
Garra Tricolor (JGT), e da Associação Torcida Organizada Cearamor. A
decisão também proibiu o ingresso nos estádios de futebol dos
integrantes, associados e simpatizantes das torcidas organizadas com
objetos indicadores das respectivas associações, como camisas,
camisetas, faixas, bandeiras e mastros, sob pena de multa no valor de R$
1.000,00 para cada descumprimento. Além disso, proibiu o ingresso de
instrumentos musicais e de percussão nos estádios.
Nesse momento, o processo está em grau de recurso na segunda
instância aguardando julgamento do Tribunal de Justiça do Ceará, cujo
recurso de apelo está sob a responsabilidade da Desembargadora Relatora
Drª Lira Ramos de Oliveira, integrante da 3ª Câmara de Direito Privado.
Embora não se tenha ainda prova de qualquer relação das torcidas
organizadas com os últimos assassinatos registrados em nossa capital, o
Ministério Público do Ceará cobra agilidade na tramitação desse caso e a
extinção em definitivo das atividades das torcidas organizadas que só
estimulam a desavença, retaliações e práticas de crimes entre seus
associados, configurando uma grave ameaça ao bem-estar social.
Tribuna do Ceará