Neste domingo (17) é celebrado o Dia Mundial de Combate à
Desertificação. É a data instituída pela Organização das Nações Unidas
(ONU) para reflexão sobre os efeitos negativos e para pensar
alternativas de mitigação deste fenômeno. Atualmente, mais de 15% do
território brasileiro está suscetível à desertificação, incluindo 100%
do Ceará, parte dos outros estados do Nordeste, o norte de Minas Gerais e
do Espírito Santo.
Segundo a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação
(UNCCD), a degradação das terras pode ocorrer tanto por alterações
climáticas como pelas atividades humanas. “Aqui no Ceará observamos que a
utilização inadequada dos solos, contribuiu bastante para esse quadro
atual", explica a pesquisadora da Fundação Cearense de Meteorologia e
Recursos Hídricos (Funceme), Sônia Perdigão.
De acordo com o último mapeamento realizado pela Funceme, o Estado já
apresenta 11,45% do seu território com áreas degradadas em processo de
desertificação. No momento, as regiões mais atingidas são os Inhamuns,
Médio Jaguaribe e parte do centro-norte, onde está localizado o
município de Irauçuba e seus circunvizinhos.
A Funceme realiza mapeamentos e diagnósticos do tema desertificação.
Agora, está monitorando um projeto piloto de recuperação de área
degradada, implementado na localidade do Brum, no município de
Jaguaribe. Lá, a partir de técnicas de manejo e conservação do solo, uma
área de cinco hectares, vem ganhando nova vida com surgimento de
espécies nativas da região e da própria Caatinga.
"Conhecendo o solo pode-se planejar a sua utilização de forma adequada,
considerando suas potencialidades e limitações”, reforça Sônia, que
integra o grupo de pesquisadores do Núcleo de Recursos Hídricos e Meio
Ambiente da Fundação.
Entre as novas ações que irão colaborar para ampliar e atualizar as
ações de mitigação e combate à desertificação, está o inédito
levantamento de solos do Ceará, que vem sendo avaliado e validado pela
equipe técnica da Funceme. O estudo, que abrange uma área de
aproximadamente 92.600 km², cerca de 63% do Estado, está em andamento e
sua conclusão está prevista para o início de 2019.
Diário do Nordeste