O Ministério Público do Rio de Janeiro apresentou denúncia contra o
médico Denis Cesar Barros Furtado, vulgo ‘Dr. Bumbum’, por homicídio
doloso - com intenção de matar -, por meio da realização de procedimento
estético na bancária Lilian Quezia Calixto de Lima Jamberci, dia 14 de
julho, que morreu horas depois.
Também são denunciadas pelo crime Maria de Fátima Barros Furtado,
médica e mãe do médico, a namorada e secretária de Denis, Renata
Fernandes Cirne, e sua empregada doméstica, Rosilane Pereira da Silva. A
denúncia foi oferecida no último dia 7.
Na denúncia, o MP-RJ destaca o "local impróprio" do procedimento – a
residência de Denis, uma cobertura na Barra da Tijuca – e "uma
quantidade acima da recomendada" de PMMA, "sem observar minimamente os
deveres legais de cuidado inerentes, assumindo assim os riscos
decorrentes de suas condutas".
Atuação irregular no RJ
A denúncia afirma que o médico, inscrito nos Conselhos Regionais de
Medicina do Distrito Federal e do Estado de Goiás, atuava irregularmente
na Comarca do Rio de Janeiro, sem possuir qualquer especialização que o
habilitasse para tal procedimento.
Por sua vez, apesar de ter seu registro cassado pelo Conselho Regional
de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj), Maria de Fátima
apresentava-se como médica e atuava juntamente com seu filho em seus
procedimentos cirúrgicos, captando as pacientes e orientando-as quanto à
quantidade de produto a ser injetada.
Pelo relatado, os denunciados estão incursos nas sanções do art. 121, §
2º, inciso I, do Código Penal – matar alguém mediante paga ou promessa
de recompensa, ou por outro motivo torpe. A pena prevista é de 12 a 30
anos de reclusão, caso reconhecido o dolo eventual e os denunciados
sejam condenados pelo I Tribunal do Júri da Comarca da Capital.
G1