Escritor e poeta Alberto Ativista escreve texto de protesto sobre a Bica de Ipu


O escritor e poeta Alberto Ativista escreveu um texto de protesto sobre a Bica de Ipu, que nessa semana foi palco de um protesto silencioso realizado pela artista plástica  Klaudiana Viana Torres que resolveu protestar no dia de Finados, de um jeito impactante.

Com o apoio de praticantes do rapel de Ipu, estenderam por cerca de 140 metros de uma faixa preta, exatamente no local da queda d'água, onde está totalmente seco. (Reveja a matéria)

O escritor também nesse semana resolver se inspirar e escrever um texto sobre o assunto, leia na integra abaixo.

Nossa querida Bica do Ipu de encantos mil, véu de noiva assim apelidada. Mas há uma lógica nesse véu de noiva, afinal toda noiva tem um noivo, e todos nós ipuenses somos noivos dessa magnitude chamada Bica do Ipu. A linda Bica do Ipu de 130 metros de altura, retratada no romance Iracema de José de Alencar, onde a bela índia virgem, Iracema dos lábios de mel, apaixona-se pelo homem branco que tudo indica ser uma referência a Martín Soares Moreno fundador da Capitania do Siará. Mas, e a pergunta que não quer calar? Onde está a água da Bica do Ipu? Todos nós sabemos que as fontes que jorram até a Bica formando o nosso riacho Ipuçaba minam água abundante para a Bica ter água o ano inteiro. Porém, essa água é represada para venda. Ué, não entendi... A água é nossa e nós pagamos por ela? A situação é crítica principalmente no verão onde a água some de vez, a paisagem muda, o verde morre e tudo fica cinza. Pensemos dessa forma, a Bica do Ipu é uma arte natural para invejar qualquer país europeu, de beleza rara se jorrassse água o ano inteiro e fosse bem aproveitada por nossos gestores além de um turismo cada vez maior gerando renda para a cidade, artistas ipuenses (temos muitos) poderiam expor suas obras para os turistas gerando renda para esses artistas que por sua vez gastariam nos comércios ipuenses, todos sairiam ganhando, a arte, o comércio, a natureza, o Ipu. Mas, nossos gestores só pensam em pistas assim facilitando o super faturamento e o capital para a próxima campanha. Afinal, pista é mais importante que saúde, arte, educação e geração de empregos, porque comemos e bebemos pista, certo? 

Alberto Ativista, escritor e poeta.

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