O governador do Ceará, Camilo Santana, criticou, na manhã desta
sexta-feira (16), a saída de médicos cubanos do "Mais Médicos" após as
condições impostas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para a
continuidade de Cuba no programa federal. A declaração se dá dois dias
após o anúncio, feito na quarta-feira (14).
"Isso deverá causar um enorme prejuízo, principalmente em alguns
municípios onde os médicos cubanos desempenham importante papel nas
unidades básicas de saúde", disse o governador em sua conta no Facebook.
"Não se pode tomar medidas de tamanha relevância e impacto à revelia de
estados, municípios e, principalmente, do povo que é diretamente
atingido", criticou.
"Isso deverá causar um enorme prejuízo, principalmente em alguns
municípios onde os médicos cubanos desempenham importante papel nas
unidades básicas de saúde".
O Ceará deve perder 448 profissionais cubanos que, hoje, atuam em 118
municípios. O efetivo representa 36% dos médicos atuando pelo Programa
no Estado.
A decisão de sair do País foi anunciada pelo governo cubano após
Bolsonaro anunciar mudanças no projeto do governo consideradas
"inaceitáveis" por Cuba.
O país caribenho solicitou o retorno dos mais de 8 mil médicos cubanos
da cooperação internacional no Brasil atualmente. O presidente eleito
questionou a preparação dos especialistas e condicionou a permanência
deles no programa a um teste de capacidade por meio do Exame Nacional de
Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). Além disso, Bolsonaro impôs
a contratação individual dos profissionais.
Diário do Nordeste