O número de novos casos de tuberculose diagnosticados no Ceará em 2018
foi o maior em dez anos. Foram 3.814 registros da doença no ano passado,
enquanto 2017 foram 3.624. Os dados são do último boletim
epidemiológico da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), divulgado nesta
quinta-feira (21).
Desde 2008, o Ceará contabiliza 39.353 ocorrências da enfermidade. A
incidência, contudo, passou por diminuição. Enquanto em 2008 era de 44,8
casos para cada 100 mil habitantes, em 2018 o índice desceu para 42/100
mil habitantes.
O município de Sobral, na Região Norte, teve a maior incidência da
doença em 2018, registrando uma média de 76,5 por 100 mil habitantes
(155 casos). Fortaleza vem em seguida, com uma média de 65,5 (1.672).
Caucaia registrou a terceira maior média, de 59,6 (210), seguida de
Juazeiro do Norte, com 47,2 (110). A doença foi diagnosticada em quase
todo o território do Ceará.
Segundo a Sesa, os novos casos foram registrados em pessoas que não
tinham sido vacinadas contra a doença. A vacina está disponível no
Calendário Básico de Vacinação e disponível na rede pública para
crianças. A BCG deve ser aplicada na crianças logo após o nascimento ou
até, no máximo, os 4 anos, 11 meses e 29 dias de idade.
Óbitos
A quantidade de óbitos por tuberculose registrada no ano passado chegou
a 222 pacientes. Nos últimos 10 anos houve 2.333 mortes em decorrência
da doença.
O número de mortes em 2018 foi maior que no ano anterior, quando 195 infectados perderam a vida.
No ano de 2016, a Organização Mundial de Saúde reconheceu a tuberculose
como a doença infecciosa que mais mata no mundo, além de ser a primeira
a levar portadores da AIDS à óbito.
Entraves no diagnóstico
No boletim, a Sesa aponta que um dos principais entraves para o
controle da doença é a falha no exame dos contactantes, já que apenas
51% do total de casos novos foram examinados em 2018. A Meta do
Ministério da Saúde é que 100% dos casos sejam investigados.
Em 2008, 90,6% das ocorrências foram notificadas após atendimento da
Atenção Primária à Saúde (APS). Em 2018, no entanto, essa proporção caiu
para 75,8%. o que representa uma redução de 16,3% em relação a 2008.
Em contraponto a este cenário, o número de notificações da enfermidade
no nível hospitalar aumentou, passando de 6,1%, em 2008, para 17,9%, em
2018. A quantidade de registros feitos por unidades hospitalares, como
policlínicas, centro de especialidades, unidades particulares e
presídios, também cresceu, apesar de ser em menor proporção. Em 2008, o
valor era de 1,3%. Em 2018, esse percentual foi para 3,8%, um
crescimento de 1,3%
(G1/CE)