A Vara de Delitos de Organizações Criminosas decidiu que Girlan Araújo
Santos e Everaldo Moreira da Silva devem continuar presos. A dupla é
acusada de participar da tentativa de assalto a banco que resultou na
'Tragédia em Milagres', ocorrida no dia 7 de dezembro de 2018 e que
resultou no assassinato de 14 pessoas.
Conforme informações publicadas na edição do Diário da Justiça do Ceará,
na última terça-feira (23), foram negados os pedidos de liberdade
provisória requeridos pelas defesas de Girlan Santos e Everaldo Silva. O
Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) se posicionou contrário às
solturas alertando que os crimes imputados a eles eram graves e com
necessidade da permanência das prisões.
Conforme o parecer do órgão acusatório, as investigações mostraram que
Girlan Araújo e Everaldo Moreira participavam da organização criminosa
especializada em roubos a bancos, responsável por tentar atacar dois
prédios na cidade do interior do Estado, no fim do ano passado. Sobre a
manutenção da prisão de Girlan Santos, o MP ressaltou o apoio dele ao
resgate dos assaltantes em fuga.
Em fevereiro, uma mulher também denunciada por participar do grupo
responsável pelos ataques a banco em Milagres conseguiu habeas corpus. O
Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) atendeu ao pedido da defesa de
Geronilma Serafim da Silva, 45, e transformou a prisão preventiva em
domiciliar. A decisão foi amparada pela modificação do Código de
Processo Penal, que preconiza a substituição da prisão preventiva por
domiciliar para mulheres grávidas ou responsáveis legais por menores de
idade em situações nas quais não tenha cometido crime com violência ou
grave ameaça à pessoa, nem cometido crime contra o filho ou dependente.
Geronilma é a responsável legal pela neta, de seis anos.
Participações
Girlan Santos foi capturado ainda em 7 de dezembro de 2018, entre as
cidades de Missão Velha e Abaiara. Conforme o MP, o homem foi abordado
por policiais militares enquanto estava dentro de um veículo que seguia
rumo a Milagres para resgatar parte dos assaltantes escondidos em um
matagal. Já Everaldo Silva se apresentou na Delegacia de Brejo Santo,
depois de começar a ser procurado.
Dos 14 mortos na tentativa de assalto, oito eram suspeitos e seis
reféns. As vítimas teriam sido mortas por tiros de fuzil disparados
pelos policiais militares. O Grupo de Atuação de Combate às Organizações
Criminosas (Gaeco) denunciou a quadrilha pelo crime de latrocínio
(roubo seguido de morte). Já o Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc),
do MP, conclui uma denúncia sobre a participação dos PMs no episódio.
Diário do Nordeste Online