O ministro da Justiça Sérgio
Moro, afirmou que o ex-Presidente Lula é um "assunto do passado", acrescentando
que não lhe cabe comentar a redução de pena do petista.
"O Presidente Lula
pertence ao meu passado. Agora estou a olhar em frente",
afirmou em Belo Horizonte o atual detentor da pasta da Justiça, e
responsável por decretar a prisão de Lula.
Luiz Inácio Lula da Silva foi
condenado por Sergio Moro, em primeira instância, em 12 de julho de 2017 a nove
anos e seis meses de prisão no caso do apartamento em Guarujá, em São Paulo.
Em janeiro do ano passado, a
condenação foi confirmada pelo TRF-4, tribunal de segunda instância, que
aumentou a pena para 12 anos e um mês de prisão.
No entanto, os juízes do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) decidiram na terça-feira, de forma unânime, reduzir a
pena do ex-Presidente Lula da Silva, de 12 anos e um mês para oito anos, dez
meses e 20 dias de prisão.
Atualmente, Lula cumpre pena em
regime fechado, na sede da Polícia Federal em Curitiba, por corrupção passiva e
branqueamento de capitais, mas, de acordo com a Lei de Execução Penal, após
cumprir um sexto da pena poderá progredir para regime semiaberto, onde
poderá deixar a cadeia durante o dia para poder trabalhar.
Segundo a pena fixada na
terça-feira pelos juízes do STJ, Lula terá de cumprir 17 meses de prisão para
ir para o regime semiaberto.
O ex-chefe de Estado cumpriu 12
meses de cadeia, ficando assim faltando cinco meses para que Lula possa sair da
prisão ainda em 2019, em regime semiaberto.
Lula afirmou na sexta-feira, na
primeira entrevista concedida desde a sua prisão, há mais de um ano, que tem
uma "obsessão em desmascarar" o antigo magistrado que o condenou.
"Eu tenho tanta obsessão de
desmascarar o Moro, o Deltan Dallagnol [procurador do grupo de trabalho da Lava
Jato em Curitiba] e a sua equipa. Eu ficarei preso 100 anos, mas não trocarei a
minha dignidade pela minha liberdade. Eu quero provar a farsa montada",
frisou Lula.
Lusa