Em conferência da Organização
Internacional do Trabalho, que teve início esta segunda-feira 10, o Brasil
descobriu que estava prester a ser o próximo nome da ‘lista suja’ da OIT, que
investiga países que violam direitos trabalhistas. A decisão do Comitê do órgão
aponta irregularidades em relação a reforma trabalhista de Michel Temer, e foi
concretizada nesta terça-feira 11 pela manhã, em Genebra.
No evento, estão previstas
figuras internacionais como Angela Merkel (primeira-ministra da Alemanha),
Emmanuel Macron (presidente da França) e outros líderes mundiais. O governo
Bolsonaro, no entanto, não mandou nem um ministro e encarregou o secretário do
Trabalho. Bruno Dalcomo, de tentar sugerir mudanças nas regras do processo da
lista. A informação é da coluna do jornalista Jamil Chade.
Sem acatar à decisão, o Brasil e
outros países da América Latina teriam defendido uma “revisão dos métodos de
trabalho” do órgão, que mesmo assim incluiu o País em uma lista de 24 nações
que mais violam direitos trabalhistas. A lista inclui Honduras, Uruguai, Egito,
Turquia, Mianmar, Iraque, Yemen, Etiópia, entre outros.
Não é a primeira vez que o Brasil
entra na mira da OIT – e as motivações são as mesmas. Em 2018, a Organização
também incluiu o País na lista, informando acompanhar as tramitações da reforma
trabalhista, mas não houve denúncia póstuma.
Ainda segundo a coluna de Jamil
Chade, o governo enviou nota avisando que não aceitaria interferência da OIT no
que chamou de “assuntos domésticos brasileiros”. Com um greve geral marcada
para a próxima sexta-feira 14 e uma crise institucional propulsionada pelo
ministro da Justiça Sergio Moro, a notícia não pode ser boa para Bolsonaro.