A Procuradoria-Geral da República (PGR) enviou, no dia (17), ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ), parecer contrário ao pedido da defesa do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para anular a condenação no caso
do tríplex do Guarujá (SP).
O parecer foi assinado pelo subprocurador Nívio de Freitas Silva Filho.
Lula está preso desde 7 de abril do ano passado, na Superintendência da
Polícia Federal em Curitiba, pela condenação no caso.
A defesa de Lula sustentou no STJ que as supostas conversas divulgadas
pelo site The Intercept Brasil entre procuradores da Lava Jato e o
ex-juiz Sergio Moro revelariam que o julgamento de Lula não foi
imparcial.
Ao analisar o caso, o subprocurador entendeu que a defesa não demonstrou
como ocorreu a suposta imparcialidade no julgamento e limitou-se a
fazer referência às notícias veiculadas na imprensa. Além disso, segundo
Nívio de Freitas, o conteúdo divulgado pelo site é ilegal.
“Em que pese todo o estrépito causado pela divulgação do suposto
conteúdo – cuja veracidade é contestada e cuja ilegalidade é certa, pois
decorrente de ilegal espionagem perpetrada contra autoridades públicas
-, o fato é que nada há que sinalize tenha havido qualquer conduta do
magistrado [Moro] que possa macular seu proceder no feito, eivando-o de
parcial ou ilegal”, disse o subprocurador.
Nívio também disse que as provas que embasaram a condenação de Lula
foram analisadas pelo STJ e pela segunda instância da Justiça Federal.
“O colegiado, ao que se sabe até então, nada tem a ver com as
interceptações realizadas, estando, portanto, livre de qualquer ilação a
respeito de sua função judicante, exercida de modo imparcial”, disse.
O parecer faz parte dos embargos de declaração, recurso para verificar
erros ou contradições na decisão judicial. Em março, a Quinta Turma do
STJ reduziu a pena do ex-presidente Lula de 12 anos e um mês para 8 anos
e 10 meses de prisão no caso do tríplex.
(Agência Brasil)