Relator da reforma previdenciária, o senador Tasso Jereissati (PSDB)
prepara o parecer à PEC 06, que trata das mudanças nas regras das
aposentadorias e pensões, e afirma que, quanto menos o presidente falar,
mais fácil será o avanço das normas na área da previdência.
Tasso, que define como “horrorosa” a relação entre o Governo Federal e o
Congresso Nacional, disse, em entrevista, nesta segunda-feira, ao
Jornal Folha de São Paulo, que o presidente Bolsonaro deve ficar quieto
para não atrapalhar a tramitação e evitar atritos.
Durante entrevista concedida à Folha, o senador Tasso Jereissati falou
sobre o que espera do presidente Jair Bolsonaro neste processo de
tramitação da matéria, o qual exige articulação e cautela nas palavras:
‘’Qualquer coisa que venha contaminar o ambiente não é bom que venha do
Poder Executivo’’, afirmou Tasso que, na entrevista, foi ainda mais
longe: ‘’Acho que a postura que ele deve ter é quanto mais calado,
melhor, que aí as coisas fluem com mais tranquilidade, sem criar nenhum
ponto de atrito’’.
Uma das medidas adotadas por Bolsonaro para levar a reforma da
previdência adiante foi a liberação de medidas provisórias com o intuito
de garantir votos favoráveis entre os deputados. Para Tasso, há uma
ruptura no discurso durante a campanha e na prática, mas faz parte da
realidade.
“Faz parte da nossa cultura. Faz parte do relacionamento histórico do
Congresso com o presidente da República. Não deveria ser dessa maneira,
mas isso nós vamos resolver só com com a reforma política”.
Sobre a reforma tributária, pauta que já começa a levantar discussões
entre os parlamentares, Tasso pontua que ela deve vir “entrando
lentamente, sem se misturar com as discussões da reforma da
previdência”. Além disso, o senador considera o tema complexo e afirma
que será uma “surpresa muito grande se alguma reforma complexa dessa
maneira for aprovada até o fim do ano”.
Ceará Agora