Em meio a um embate interno no
PSL, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não pretende retaliar deputados
federais do grupo do presidente nacional da sigla, Luciano Bivar, e questionou
de que lado eles ficarão às vésperas das eleições municipais de 2020.
Em sua última manhã no Japão, de
onde embarcará para a China, ele chamou os defensores do dirigente da sigla de
"radicais" e disse que, na opinião dele, a situação no partido
"serenou" após a definição de seu filho Eduardo Bolsonaro (SP) como
líder do partido na Câmara dos Deputados.
"Os defensores de Luciano Bivar,
os radicais, estão dizendo que vão continuar me apoiando. Afinal de contas,
querem disputar a prefeitura no ano que vem e eu pergunto: eles querem aparecer
na fotografia comigo ou com Bivar?", questionou.
Desde o início do mês, Bolsonaro
tem protagonizado uma disputa com o presidente nacional do PSL. A
queda-de-braço já levou ao afastamento dos deputados federais Delegado Waldir
(GO) e Joice Hasselmann (SP), do grupo de Bivar, de funções de líderes.
Segundo ele, Joice, que trocou
ataques nas redes sociais com o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), já se
acalmou. Para o presidente, não se pode ter mágoas na política. Ele observou,
porém, que algumas críticas são "difíceis de engolir", em uma
referência a Waldir, que chamou Bolsonaro de "vagabundo".
"Ela [Joice] mesmo já
serenou bastante, está serenando. A gente não pode ter mágoas na política, mas
a gente reconhece os amigos nessas horas", disse." Há alguns nomes
que são difíceis de engolir sobre o que falaram a meu respeito. Eu não vi isso
nem no Parlamento das piores democracias ou melhores ditaduras", afirmou.
Na volta de uma viagem de mais de
dez dias pelo continente asiático, o presidente já disse que pretende conversar
com alguns integrantes do grupo de Bivar, em uma tentativa de se chegar a um
consenso. Para ele, a situação deve passar por um arrefecimento.
Além do Japão e da China,
Bolsonaro visitará a Arábia Saudita, os Emirados Árabes e o Qatar. Ele só
retornará ao Brasil em novembro. Nos demais países, o foco será melhorar a
relação comercial com as nações asiáticas e aumentar o comércio de proteína
animal.