Líderes de um grupo criminoso suspeito de cometer golpes por telefone
para cobrar quantias em dinheiro foram presos na manhã desta
quarta-feira (17), na segunda fase da Operação Precatórios, da Polícia
Civil. As autoridades policiais cumpriram 11 mandados de prisão e oito
mandados de busca e apreensão no Ceará.
De acordo com o delegado Matheus Zanatta, gerente da Polícia
Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil do Piauí, a
organização criminosa fez mais de mil vítimas, entre golpes consumados e
tentativas.
Na primeira fase da operação, em março de 2020, as investigações
policiais descobriram que a quadrilha foi montada na Grande Fortaleza.
Os líderes do grupo residiam principalmente em Maracanaú, Guaiuba e
Pacatuba.
A operação foi realizada em conjunto com a Polícia Civil do Piauí. Cerca
de 50 policiais trabalharam na operação. Há indícios de crimes na
Paraíba, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Santa
Catarina e Rio Grande do Sul.
“Nesta segunda fase estamos combatendo a coordenação dessa organização
criminosa. Ou seja, quem ‘canta’ o golpe pelo telefone, quem coordena
todo o golpe praticado por esses investigados”, afirmou o delegado
Zanatta.
Uma residência localizada no Icaraí foi identificada como central de telefonia de onde partiam as ligações para as vítimas.
A Operação Precatório contou com o apoio da Delegacia Metropolitana de
Maracanaú, além de equipes do 18º, 24º e 28º Distritos Policiais da
Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). No Piauí, a Gerência de Polícia
Especializada da Delegacia Geral de Polícia Civil, a Delegacia de
Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) e a Diretoria de Inteligência
da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (DINT-SSP) participaram da
operação.
O golpe por telefone
Os integrantes do grupo se passavam por servidores públicos e ligavam
para as vítimas avisando que teriam dinheiro de precatórios disponível.
Em seguida, eles repassavam o contato de outro integrante do grupo, que
se identificava como desembargador.
"Precatório é a forma que um ente público tem de realizar o pagamento
devido ao autor de uma ação judicial. Os autores desses crimes
verificavam no site dos tribunais a lista de cidadãos habilitados a
receber precatório e então aplicavam uma engenharia social fazendo com
que a vítima fizesse alguma espécie de pagamento prévio para então poder
receber seus valores", explicou o delegado Zanatta.
O falso desembargador cobrava dinheiro das vítimas, afirmando ser taxas
cartorárias. Os criminosos usavam ainda a pandemia para justificar o
contato somente através do telefone.
“A maioria das vítimas eram pessoas idosas e bastante vulneráveis,
inclusive algumas declinaram que estavam em estado avançado de doenças
degenerativas, como mal de Parkinson”, afirmou o delegado Yan Brainer.
O POVO