A pandemia fez com que muitos cearenses repensassem a forma agir e até
mesmo vender. O ano de 2020 era muito aguardado com promessas de chuvas
acima da média e fartura no campo. Promessa cumprida, o ano foi
desafiador para muitos trabalhadores rurais que precisaram se reinventar
para comercializar os produtos da agricultura familiar sem sair de
casa. O assunto esteve no centro do debate do último podcast
Ceareseando, com apresentação de Lúcio Filho e Larissa Galvão.
O podcast do Governo do Ceará contou com
as participações de Missias Bezerra, da direção estadual do MST, e de
José Francisco de Almeida, secretário de política agrícola Fetraece.
“Essa é uma situação que nos pegou de surpresa porque tudo o que iremos
realizar decidimos de forma coletiva”, comenta Missias. Além destes, o
secretário De Assis Diniz e a coordenadora estadual do Programa de
Aquisição de Alimentos, Mônica Macêdo, contribuíram com a realização do
podcast.
“Tivemos que nos readaptar para o sistema
on-line, criando vários grupos de Whatsapp e fazendo reuniões virtuais,
embora cientes que nem todos os trabalhadores rurais possuem acesso à
internet, ou estejam adaptados a essas novas tecnologias”, revela. “O
MST trabalhou durante toda essa pandemia de duas formas: pela troca de
alimentos entre assentamentos e pela venda cestas com produtos da
reforma agrária através de sites que criamos”, conclui Missias Bezerra.
Gestão de políticas públicas
Quase três meses após o início do período
de isolamento, a Secretaria do Desenvolvimento Agrário garantiu a venda
de parte da produção agrícola para o PAA e para o PAA Leite, criou o
Portal da Agricultura Familiar e estimulou as vendas por meio de feiras
virtuais, deliveries e drive thru. “Criamos também chats por meio do
nosso site e da Ematerce, permitindo que os agricultores recebessem
orientações e assistência técnica, mesmo à distância”, enumera o
secretário De Assis Diniz.
“Ainda realizamos três reuniões virtuais
com secretários municipais de agricultura para apresentarmos esse novo
formato de funcionamento e para permitir que a capilaridade da
Secretaria chegasse diretamente ao homem e a mulher do campo”, cita De
Assis. “Somente pelo Programa de Aquisição de Alimentos, garantimos a
execução de mais R$ 8,55 milhões para compra dos produtos do agricultor
familiar e iremos fornecer 12 milhões de litros de leite pelo Programa
do Leite (PAA Leite)”.
Outras conquistas importantes no período
foram as isenções: da taxa d´água para famílias atendidas pelo Sisar e
de emissão de nota fiscal para beneficiários do PAA Alimentos. “Teremos
uma grande produção agrícola neste ano. Agora, precisa que, tão logo
todos os setores retomem as atividades, a assistência técnica
(presencial) esteja presente e o sistema bancário chegue junto dos
produtores para podermos dar escoamento dessa grande produção em 2020”,
cobrou José Francisco.
(SDA)