A investigação da Polícia Civil na região de Acaraú - Litoral Leste do
Estado - que prendeu duas pessoas e apreendeu R$ 1 milhão em cheques,
promissórias e dinheiro vivo aponta para uma prática criminosa
recorrente de difusão de informações falsas, as chamadas fake news, para
favorecer determinados grupos políticos e que deve ser usada como nunca
nas eleições municipais deste ano.
A prática recorrente dos crimes vai exigir das autoridades o máximo
empenho e uma boa estrutura cibernética, tendo em vista que a campanha
eleitoral deste ano tende a ter maior protagonismo das redes sociais e
internet. Se apertarem, os investigadores irão desvendar esquemas
semelhantes em outros diversos municípios, informações que já circulam
nos bastidores da política.
E atenção: a prática não tem cor partidária. Há pré-candidatos e
lideranças de partidos diversos que se utilizam de mecanismos
semelhantes para tentar desequilibrar o jogo político.
Personagens
A investigação em curso, que corre sob sigilo, envolve um prefeito da
região, que no caso é a vítima, e apoiadores de um outro grupo político,
que pode ter ligação com um deputado federal votado na região. O
avançar da investigação vai esclarecer se há relação direta entre os
detentores de mandato e os implicados na operação.
A prática não é nova e envolve a criação de perfis falsos nas redes
sociais e divulgação de informações, muitas vezes, inverídicas,
distorcidas ou manipuladas para favorecer a determinado grupo ou
candidato.
Atuação federal
A apuração já está gerando alerta entre políticos que se utilizam da
prática. A Polícia pode começar a mapear os esquemas a partir desta
investigação. O advogado Leandro Vasques, constituído para acompanhar o
caso, relatou que, dependendo do avanço da investigação inicial, até
autoridades federais poderão ser envolvidas.
Pressão política
No pós-pandemia, não haverá saída para economias como a do Ceará que não
a do socorro financeiro a empresas, principalmente as micros e
pequenas. Neste momento, em que lideranças do setor produtivo como o
presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante, levantam a voz contra a
burocracia dos bancos para a liberação de crédito, é hora da política
como um todo, sem cor partidária, entrar em campo para pressionar as
autoridades a fazer o que é necessário neste momento para salvar
empresas e preservar empregos e renda. Neste sentido, três parlamentares
federais cearenses cobraram o Governo Federal nos últimos dias: o
senador Tasso Jereissati (PSDB) e os deputados Danilo Forte (PSDB) e
Mauro Filho (PDT).
Inácio Aguiar/DN Online