Na terceira semana de junho, o número de
pessoas afastadas do trabalho por causa das restrições impostas pela
pandemia de covid-19 diminuiu de 12,4 milhões para 11,1 milhões no
Brasil, na comparação com a semana anterior. Ou seja, entre os dias 14 e
20 de junho, 1,3 milhão de pessoas deixaram o isolamento e retornaram
ao trabalho presencial.
É o que revela a Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílio (Pnad) Covid19, levantamento semanal divulgado hoje
(10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o instituto, na semana de referência, 13,3% da população ocupada
estava afastada das funções devido à pandemia. Na semana anterior a
proporção era de 14,8%.
A coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia
Vieira, lembra que no início da pesquisa, na primeira semana de maio,
eram 19,8%, ou 16,6 milhões de brasileiros, afastados temporariamente do
trabalho presencial, número que vem caindo desde então.
“No acompanhamento semanal da pesquisa,
verificamos estabilidade na população ocupada e na desocupada, mas uma
queda no grupo de pessoas ocupadas que não estava trabalhando na semana
de referência devido à pandemia. Esse movimento se repete na terceira
semana de junho em relação à segunda semana, indicando uma continuação
do retorno dessas pessoas às suas atividades de trabalho”.
O nível de ocupação estimado pela Pnad
Covid19 foi de 49,3%, num total de 84 milhões de pessoas, permanecendo
estável frente à semana anterior e em relação à semana de 3 a 9 de maio.
O número de pessoas sem ocupação ficou em 11,8 milhões (12,3%), estável
em relação à semana anterior e aumento em relação à primeira semana de
maio, quando eram 9,8 milhões (10,5%).
Entre as pessoas ocupadas, 8,7 milhões
(12,5%) estavam no trabalho remoto, número estável em relação à semana
anterior e também em relação à semana de 3 a 9 de maio. A taxa de
informalidade caiu para 33,9%, frente aos 35% registrados na semana
anterior e 35,7% na primeira semana de maio.
A população fora da força de trabalho ficou
em 74,5 milhões de pessoas, estável em relação à semana anterior e queda
de 1,7 milhão de pessoas em relação à semana de 3 a 9 de maio. Desse
total, 26,4 milhões de pessoas (35,4% da população fora da força de
trabalho) disseram que gostariam de trabalhar, mas a maioria não
procurou trabalho por causa da crise sanitária.
“Cerca de 17,3 milhões de pessoas fora da
força que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho, não o
fizeram por causa da pandemia ou por não encontrarem uma ocupação na
localidade em que moravam. Elas correspondiam a 65,8% das pessoas não
ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar. Esse
contingente diminuiu em relação à semana anterior (18,2 milhões ou
68,0%) e em comparação com a semana de 3 a 9 de maio (19,1 milhões ou
70,7%)”, informa o IBGE.
Síndrome Gripal
A Pnad Covid19 levanta também informações
sobre sintomas de síndrome gripal na população, que são febre, tosse,
dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito,
náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de
olfato ou paladar e dor muscular.
Na terceira semana de junho, foram 15,3
milhões de pessoas com algum desses sintomas, contra 26,8 milhões na
primeira semana de maio. O número ficou estável em relação à segunda
semana de junho e representa 7,2% da população do país.
A dor de cabeça foi o principal sintoma
relatado pelos entrevistados, com 7,2 milhões de pessoas, seguida de
nariz entupido ou escorrendo (5,7 milhões), tosse (4,6 milhões), dor
muscular (4,3 milhões), dor de garganta (3,5 milhões), fadiga (2,4
milhões), perda de olfato ou paladar (2,2 milhões) e dificuldade de
respirar (2 milhões).
Das pessoas que apresentaram algum sintoma,
cerca de 80% não procuraram atendimento médico e 57% tomaram remédio por
conta própria. Outros 14,4% tomaram medicamento com orientação médica,
5,2% ligaram para profissional de saúde e 2,9% receberam visita de
profissional de saúde do SUS.
Do total com sintomas, 3,1 milhões de
pessoas procuraram atendimento em uma unidade de saúde na semana de
referência, sendo que mais de 85% foram na rede pública.
(Diário do Nordeste)