A
pandemia de covid-19 afetou negativamente as atividades de 62,4% das
2,8 milhões de empresas em funcionamento na segunda quinzena de junho.
Para 22,5% das empresas o efeito foi pequeno ou inexistente e para 15,1%
foi positivo. Os dados constam da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da
Covid-19 nas Empresas divulgada hoje (30) e fazem parte das Estatísticas
Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
O impacto foi maior em empresas de pequeno
porte, com até 49 funcionários, o maior contingente da amostra, em que
62,7% perceberam efeitos negativos, ante 46,3% das de porte
intermediário, com até 499 funcionários, e 50,5% entre as de grande
porte, com 500 funcionários ou mais.
As empresas do setor de serviços foram as
que mais sentiram impactos negativos (65,5%), com destaque para o
segmento de serviços prestados às famílias (86,7%). No comércio, 64,1%
relataram efeitos negativos e na construção, 53,6%. No setor industrial,
48,7% das empresas
informaram ter tido impacto negativo, enquanto para
24,3% o efeito foi pequeno ou inexistente e para 27% o impacto nessa
quinzena foi positivo.
Por grandes regiões, os
efeitos continuaram negativos para 72% das empresas no Nordeste, 65% no
Sudeste e 63% no Centro-Oeste. As regiões Norte e Sul apresentaram os
maiores percentuais de empresas que declararam que os efeitos foram
inexistentes (27,4% e 30,9%, respectivamente) ou positivos (24,5% e
15,2%) ao final da quinzena.
De acordo com o coordenador de Pesquisas
Conjunturais em Empresas do IBGE, Flávio Magheli, de maneira geral,
permanece a percepção de dificuldade do impacto geral da pandemia sobre
as empresas. “Essa percepção está concentrada nas empresas de menor
porte, mas também aparece disseminada seja por atividade econômica seja
pela localização no território”.
Segundo o IBGE, os resultados da segunda
rodada da pesquisa refletem as percepções das empresas em funcionamento
ao final da segunda quinzena de junho em comparação à primeira quinzena, cujos resultados foram divulgados no último dia 16.
Vendas ou serviços
A queda nas vendas ou serviços
comercializados em decorrência da pandemia foi sentida por metade
(50,7%) das empresas em funcionamento na segunda quinzena de junho. Já
27,6% disseram que o efeito foi pequeno ou inexistente e 21,4% afirmaram
aumento nas vendas com a pandemia. A queda nas vendas foi sentida por
51% das companhias de pequeno porte, 39,1% das intermediárias e 32,8%
das de grande porte. Nas empresas de maior porte, o IBGE destaca o
percentual de 41,2% que relataram efeito pequeno ou inexistente.
Para os setores, a percepção de redução nas
vendas foi sinalizada por 54,7% das empresas de serviços, 51,3%
de construção, 48% do comércio e 44,7% de indústria. Por segmento,
observa-se um maior percentual de empresas com redução nas vendas
nos serviços prestados às famílias, comércio de veículos, peças e
motocicletas (ambas com 66,2%) e outros serviços (69,8%).
Segundo o levantamento, na segunda
quinzena de junho, 46,3% das empresas em funcionamento informaram que
não tiveram alteração significativa na sua capacidade de fabricar
produtos ou atender clientes, 43,1% tiveram dificuldades e 10%,
facilidades. Além disso, 50,9% não perceberam alteração significativa
no acesso aos seus fornecedores e 40,9% tiveram dificuldades.
Mais da metade (52,9%) das empresas em
funcionamento tiveram dificuldades em realizar pagamentos de rotina na
segunda quinzena de junho, enquanto 40,6% consideraram que não houve
alteração significativa.
(Agência Brasil)