Dezoito das 21 Áreas Descentralizadas de Saúde (ADSs) nas quais é
dividido o Ceará (86%) tiveram redução nos casos de Covid-19 entre junho
e julho, conforme a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa).
Entre as Semanas Epidemiológicas (SEs) 29 e 30 (de 12 a 25 de julho), em
comparação às SEs 27 e 28, (de 28 de junho à 11 de julho), a ADS
Juazeiro do Norte apresentou a maior redução percentual de casos, 58,9% -
de 6.075 para 2.496 ocorrências. O maior aumento foi registrado na ADS
Baturité, com 32,7% - de 346 para 459.
No interior, a cidade de Juazeiro do Norte, no Cariri, concentra 11.471
diagnósticos positivos, 231 mortes e tem incidência de 4.183,3. Sobral,
com incidência em 4.872,8, contabiliza 10.181 casos confirmados e 288
mortes, de acordo com a Sesa.
Considerando a comparação das SEs 29 e 30 com as SEs 27 e 28, a área de
saúde de Baturité teve a maior queda percentual de mortos, com 90% - de
10 óbitos para 1. Em contrapartida, a ADS Brejo Santo registrou elevação
de 200% em número de mortes, passando de 8 para 18, e de 15,9% em
quantidade de casos, saindo de 521 para 604.
Além de Brejo Santo e Baturité, a ADS de Tauá também teve um crescimento
percentual no registro de ocorrências, com 29,1%, aumentando de 199
para 257.
As ADS de Canindé, Quixadá e Icó, por sua vez, tiveram acréscimo nos
óbitos, com respectivamente, 25%, 15,7% e 125%. Em Canindé, o total
passou de 16 para 20 mortes; em Quixadá, de 19 para 22, e em Icó, de 8
para 18.
Redução
Em quadro geral, o epidemiologista Luciano Pamplona percebe uma redução
consistente de número de casos da Covid-19 no estado e reforça esperar
que a queda se mantenha. “Assim como já aconteceu em Fortaleza, a maior
parte das regiões do Ceará já entrou em um platô estabilizado e começou a
reduzir”, afirma.
Para ele, o controle da doença se dará de forma similar a outras doenças
de transmissão, como sarampo e catapora, sendo necessário investigar e
bloquear a transmissão de novos casos logo que for registrada uma nova
ocorrência.
“Enquanto não tiver uma vacina, a gente vai continuar convivendo com
ela, mas vamos conviver com casos esporádicos da doença, com um limiar
muito baixo no número de casos”, explica.
Mesmo com os números em queda, Luciano reforça a importância do uso de
máscaras. “Agora, mais do que nunca, é fundamental que as pessoas que
estejam saindo de casa continuem utilizando máscara de forma
indiscriminada”, finaliza.
Coronavírus no interior
Em julho, a maior quantidade de casos confirmados da Covid-19 deixou de
ser na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), passando a estar no
interior. Na última segunda-feira (3), o interior do estado passou a
representar quase 53% dos casos confirmados da Covid-19, com 93.329
ocorrências, segundo o IntegraSUS. Enquanto a RMF representava 47,3%,
com 83.632 casos.
Com a redução de casos na capital e nos municípios próximos,
aproximadamente 600 leitos exclusivos para a Covid-19 foram liberados
para outras especialidades em Fortaleza e nas cidades da região
metropolitana, segundo o titular da Sesa, Carlos Roberto Martins
Rodrigues Sobrinho, o Doutor Cabeto.
No entanto, a migração dos casos para o interior do Estado seguem
ocorrendo. No intervalo de 27 de julho a 4 de agosto, o total de casos
nas regiões de saúde do Cariri e do Litoral Leste/Jaguaribe cresceu
1,09% e 0,73%, respectivamente. No mesmo período, o aumento no Ceará foi
de 0,58%.
O POVO