Bebê morre após engolir lagarta

 Enrico, de 7 meses, morreu 8 dias após vomitar o inseto(foto: Arquivo pessoal)

Um bebê de sete meses morreu, nessa última sexta-feira, 19, após engolir uma lagarta. O caso aconteceu em Guarapari, no Espírito Santo. Segundo a mãe da criança, Natalia Gotardo Ferreira, Enrico Gotardo Ferreira foi levado a um hospital e, após passar por exames, foi diagnosticado com uma infecção por virose.

"Há duas semanas, antes disso acontecer, meu filho estava bem. Ele estava brincando, engatinhando, ele estava comendo. Tem vídeos dele dando berros aqui dentro de casa. Meu filho sempre foi prematuro. Com três meses, ele já tinha dentinho. Com quatro meses, já estava aprendendo a engatinhar. Já ficava em pé, se balançando nas coisas, no portãozinho que tem aqui na porta de casa. Ficava aqui no berço, pulando. Meu filho sempre foi uma criança ativa, do nada não tinha forças para abrir o olho", contou Natalia ao portal G1.

Enrico, conforme relato da mãe, foi levado três vezes ao mesmo hospital, o Hospital Materno Infantil Francisco de Assis (Hifa). Quando ele vomitou a lagarta no último dia 11, os pais acharam que pudesse ser um pedaço de carne, mas confirmaram logo em seguida que se tratava de um inseto. Após o ocorrido, o comportamento do bebê mudou.

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"Meu filho só ficava dormindo, só queria colo. Eu colocava no berço e ele não ficava. Eu falava 'Rico, manda beijo', e ele não tinha força pra abrir o olho. Eu disse 'ele não está bem'. Hoje só fica a saudade, porque você chega em casa, vê as coisas dele e ele não está aqui mais. É muito difícil", narrou a mãe de Enrico.

Médica que estava de plantão não atendeu por sentir nojo

Ainda segundo Natalia, nas vezes em que levou o filho ao Hifa, ele apenas foi medicado. Os médicos que atenderam Enrico confirmaram que o inseto não era peçonhento e o bebê ficou em observação. Conforme contou a mãe ao g1, a primeira médica que estava de plantão não quis pegar o caso por sentir nojo.

"Eu sentei em frente a um corredor, que tinha dois consultórios em frente. Aí a enfermeira da triagem passou o caso para uma médica, dizendo 'doutora, tem um caso em que o menino vomitou uma lagarta e está passando mal' e ela respondeu 'ai que nojo, não quero esse caso, não'".

O segundo médico que atendeu a criança a examinou e o hospital entrou em contato com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica do Espírito Santo (CIATox). No dia seguinte, 12 de agosto, Enrico passou por um raio-x. E depois, uma outra médica afirmou que o bebê não tinha nada. O menino também passou por outros exames que apresentaram uma alteração nas plaquetas, sinal de infecção. Os médicos não souberam informar em qual parte a infecção estaria acontecendo.

Natália ainda foi ao mesmo hospital no domingo, dia 14, quando Enrico não apresentou melhoras. Uma outra médica viu os exames e disse que ele não tinha nada.

Só depois de uma consulta particular, marcada pela mãe no dia 19 de agosto, que o bebê foi internado. O quarto médico que atendeu a criança o caso com urgência. Enrico foi encaminhado para a emergência e morreu em menos de 40 minutos após dar entrada no pronto-socorro. 

Em nota, o Hospital Materno Infantil Francisco de Assis disse que a criança foi atendida três vezes e que todos os exames necessários foram feitos. 

"A última consulta aconteceu no dia 14 de agosto, foi feito um novo contato com o Toxcen e novamente adotadas condutas conforme as orientações. A criança permaneceu em bom estado geral, sem alterações nos exames e liberada com orientações. Após esta data, não houve retorno dos familiares ao Pronto Socorro do Hifa", diz um trecho da nota.

A Polícia Civil investiga a morte como suspeita e aguarda resultados dos exames feitos no bebê. Por meio de nota, a Secretaria de Saúde do Espírito Santo (Sesa) também se pronunciou sobre o caso reafirmando o estado grave da criança ao dar entrada no segundo hospital, bem como o seu falecimento em menos de 40 minutos. 

O Povo

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