Coreia do Norte volta a disparar mísseis, dizem sul-coreanos

 Aviões da Força Aérea dos EUA e da Coreia do Sul sobrevoam a península sul-coreana durante um exercício aéreo neste sábado, 5 de novembro de 2022. — Foto: South Korean Defense Ministry via AP

A Coreia do Norte disparou quatro mísseis balísticos de curto alcance no mar ocidental na manhã deste sábado, informaram militares sul-coreanos, acrescentando que os mísseis voaram cerca de 130 km com altitude de cerca de 20 km.

O Exército sul-coreano detectou o lançamento "a partir de Tongrim, na província de Pyongan do Norte, em direção ao Mar Amarelo", informou o comunicado.

Em resposta, Seul e Washington também prolongaram até este sábado (5) suas manobras conjuntas, os maiores exercícios militares já realizados pelos dois países.

TV em Seul exibe um programa de notícias sobre os lançamentos de mísseis da Coreia do Norte com imagens de arquivo. — Foto: AP Photo/Ahn Young-joon

'Ameaça Significativa'

Os lançamentos de mísseis levantaram especulações de que a Coreia do Norte poderia estar se preparando para a retomada dos testes nucleares pela primeira vez desde 2017.

Na sexta-feira (4), a Coreia do Sul ordenou a decolagem de dezenas de caças após detectar a mobilização de 180 aviões norte-coreanos.

Especialistas dizem que Pyongyang também é particularmente sensível a essas manobras porque sua Força Aérea é um de seus pontos fracos. O regime não possui caças de alta tecnologia nem pilotos devidamente treinados.

“A provocação sustentada deve ser seguida por uma reação sustentada”, disse um comunicado do governo norte-coreano.

O governo da Coreia do Norte também acusa os Estados Unidos de mobilizar seus aliados em uma campanha usando sanções e ameaças militares para pressionar o país a se desarmar unilateralmente.

Falando no Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira, a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, rejeitou as críticas feitas às manobras e as qualificou de "propaganda" norte-coreana, dizendo que não representavam ameaça a outros países.

O líder norte-coreano Kim Jong Un inspeciona um teste de míssil em um local não revelado na Coreia do Norte, em operação realizada há mais de um mês. — Foto: Korean Central News Agency/Korea News Service via AP, File

A diplomata acusou a China e a Rússia de protegerem a Coreia do Norte, que "zombou" do Conselho de Segurança com os lançamentos sem precedentes de mísseis, que agravaram as tensões na península coreana.

Mas a China, o aliado mais próximo do regime de Pyongyang, e a Rússia, cujas relações com o Ocidente se deterioraram desde que invadiu a Ucrânia em fevereiro passado, acusam os Estados Unidos de provocarem a Coreia do Norte.

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