Presidente da Polônia diz que míssil disparado contra o país provavelmente saiu da Ucrânia

Andrzej Duda, presidente da Polônia, em declaração após encontro do triângulo de Weimar — Foto: Hannibal Hanschke
Andrzej Duda, presidente da Polônia, em declaração após encontro do triângulo de Weimar — Foto: Hannibal Hanschke

 

A Polônia ainda está analisando a possibilidade de utilizar o Artigo 4 da Aliança do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas parece que pode não ser necessário usar essa medida, disse o primeiro-ministro polonês, Mateusz Morawiecki.

O Artigo 4 da Otan diz que "as Partes consultar-se-ão sempre que, na opinião de qualquer delas, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das Partes".

O ataque

Biden diz que seria improvável que o míssil que atingiu a Polônia tivesse partido da Rússia

Biden diz que seria improvável que o míssil que atingiu a Polônia tivesse partido da Rússia

Duas pessoas morreram nesta terça-feira na Polônia após o disparo do míssil. A princípio, acreditava-se que o míssil seria da Rússia, porém, a versão mais aceita atualmente é de que ele foi um erro do sistema antiaéreo da Ucrânia.

O míssil caiu em uma fazenda de grãos no vilarejo de Przewodów, que fica no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia. De acordo com o governo polonês, a cidade foi atingida por volta das 15h40 no horário local (11h40, no horário de Brasília).

O que dizem os EUA

Os Estados Unidos também consideram que o míssil que caiu no território polonês pode ter sido um erro de trajetória de um sistema antimísseis da Ucrânia.

"Existe uma informação preliminar que contesta isso (a versão de que o míssil partiu da Rússia). Eu não quero afirmar isso antes de a investigação ser concluída, mas pela trajetória do míssil é pouco provável que ele tenha sido disparado da Rússia", declarou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A fala de Biden, no entanto, foi elogiada pelo porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, que chamou a postura do líder norte-americano de "reação comedida". Nesta manhã, o Ministério da Defesa russo voltou a negar que o míssil tenha sido disparado por suas forças e corroborou a versão levantada pelos Estados Unidos.

O que diz a Rússia

Quando autoridades internacionais informaram acreditar que o o ataque havia sido feito pela Rússia, o Ministério da Defesa da Rússia negou a alegação, que classificou como "uma provocação deliberada com o objetivo de agravar a situação".

Em comunicado, o governo russo afirmou que "nenhum ataque a alvos perto da fronteira entre Ucrânia e Polônia foi feito por meios de destruição russos".

Já o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que não tem informações sobre o incidente.

O que diz a Otan?

Em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que uma investigação está em andamento, mas a análise preliminar "sugere que o incidente foi provavelmente causado por um míssil de defesa aérea ucraniano disparado para defender o próprio território contra ataques de mísseis de cruzeiro russos"

"Deixe-me ser claro, isso não é culpa da Ucrânia. A Rússia tem a responsabilidade final ao continuar sua guerra ilegal contra a Ucrânia", completou.

 

 

(g1)

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