Policiais são denunciados por assassinar advogada e a mãe dela no Ceará

Advogada e a mãe dela são assassinadas a tiros em Morrinhos, no interior do Ceará — Foto: Arquivo pessoal
Advogada de 34 anos e a mãe são assassinadas a tiros em Morrinhos, no interior do Ceará; polícia investiga o caso — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução

 

 

Os policiais militares presos por suspeita de envolvimento nas mortes de uma advogada e da mãe dela na cidade de Morrinhos, no interior do Ceará, foram denunciados, nesta terça-feira (11), pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE).

A defesa dos policiais afirma que ainda não foi formalmente informada sobre a denúncia. Ainda conforme os advogados, o Ministério Público e a polícia coletaram provas "irregulares" na investigação do caso. Entre as provas levantadas estão conteúdo do celular dos agentes de segurança.

De acordo com a polícia, no aparelho celular do sargento, foram encontrados imagens que mostram três homens conversando no carro e fazendo imagens no endereço de uma das vítimas, no caso da advogada. A polícia acredita que essa imagem é um forte indício que o sargento participou do crime.

A defesa rebate que essas imagens que foram coletas sem autorização e acham que são inválidos por tratar-se de dados confidenciais. Já em relação ao soldado Daniel Medeiros de Siqueira, a polícia afirmou que ele encontrava-se muito nervoso no momento do depoimento e as versões apresentavam contradições. A defesa disse que ele não participou do crime e que não estava em Morrinhos.

Agentes afastados da polícia

No último dia 28 de março, os dois agentes de segurança foram afastados das funções pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) pelo período de 120 dias. A decisão do órgão foi publicada no Diário Oficial do Estado no dia 28 de março..

"Os fatos que lhes são imputados, em tese, se revelam incompatíveis com a função pública, além de ser necessário à garantia da Ordem Pública e à correta aplicação da sanção disciplinar", dizia um trecho da decisão da CGD.

Além do afastamento dos agentes, a CGD instaurou um Conselho de Disciplina para apurar a conduta dos PMs e designou uma comissão para acompanhar o processo. Os policiais militares suspeitos foram autuados em flagrante através da Delegacia de Assuntos Internos (DAI). A CGD instaurou um procedimento disciplinar para apuração do caso na seara administrativa.

Arma e munições

Antes da prisão dos agentes, a polícia localizou e apreendeu em um matagal uma motocicleta sem placas, suspeita de ter sido usada no duplo homicídio de mãe e filha.

Conforme a CGD, os policiais foram capturados em um carro, no mesmo local onde horas antes a moto havia sido abandonada.

Durante a abordagem, o sargento Amaury estava armado com uma pistola, além de possuir 31 munições da arma, mas não portava o Certificado de Arma de Fogo (CRAF). No interrogatório, o sargento disse à polícia que a arma "estaria regularizada".

A Controladoria segue com as investigações, objetivando identificar as participações de outras pessoas no crime. Os militares estão à disposição da Justiça. 

 

 

 (G1/CE)

Postagens mais visitadas