Cientistas acham planeta do tamanho da Terra e coberto por vulcões

 Representação artística do LP 791-18 d, na constelação de Cratera

 

Uma equipe de cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, encontrou um exoplaneta do tamanho da Terra coberto de vulcões. Com o pouco convidativo nome de "LP 791-18 d", o corpo celeste está na constelação de Cratera, a cerca de 86 anos-luz de nós.

Este não é o primeiro planeta a ser descoberto naquele sistema estelar, com os "irmãos" LP 791-18 c e LP 791-18 b já sendo conhecidos. Alguns aspectos do novo integrante da família, porém, chamam atenção.

Um deles é que o LP 791-18 d está na chamada "zona habitável" da estrela à qual orbita. O termo é usado para descrever a região do espaço ao redor de um astro na qual é possível haver água líquida - pelo conhecimento atual da ciência, fator indispensável para o surgimento de seres vivos.

Juntando este fato à forte presença de vulcões, é possível que o LP 791-18 d tenha uma atmosfera formada. Isto representa mais um passo na direção de um planeta que pode sustentar formas de vida.

A descoberta foi feita usando ferramentas da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa). O satélite Transiting Exoplanet Survey Satellite (Tess) e o recém-aposentado telescópio espacial Spitzer foram fundamentais para encontrar o novo planeta.

Os vulcões do LP 791-18 d parecem estar intimamente ligados aos outros planetas do sistema. LP 791-18 b e LP 791-18 c passam muito perto um do outro durante sua órbita, gerando um grande "puxão" gravitacional, que interfere no núcleo do LP 791-18 d e cria a atividade sísmica.

Outro detalhe é que o LP 791-18 d está em uma situação chamada "travamento de maré" em relação à estrela. Isso significa que uma face do planeta está sempre voltada para o astro, enquanto o outro lado está sempre na penumbra. A situação é similar à que ocorre entre a Lua e a Terra - o satélite natural se mantém em posição fixa em relação ao nosso campo de visão.

Por isso, o clima em LP 791-18 d provavelmente é composto por dois extremos: no lado voltado à estrela, é sempre dia, e a temperatura permanece alta. No outro, há uma noite eterna, com frio constante. Nesta situação, a parte habitável do planeta seria uma faixa na divisão entre os hemisférios, similar à região dos trópicos na Terra.

O artigo sobre a descoberta do LP 791-18 d foi disponibilizada pela equipe responsável na edição de maio da revista Nature. O periódico, de acesso restrito, é uma das mais prestigiadas publicações científicas mundiais.

 

 

(O Povo)

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