Ginecologista é condenado a 277 anos de prisão por estupro contra 21 mulheres em Goiás

 Nicodemos Júnior, médico acusado de estupro

 

O ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, de 41 anos, foi condenado a 277 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável contra 21 mulheres, em Anápolis, Goiânia. As informações são do g1. 

Essa não é a primeira vez que o homem foi condenado. Em 2022, a Justiça de Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal, sentenciou Nicodemos a 35 anos de prisão

Segundo o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), Nicodemos pegou 163 anos de prisão pelo crime contra 12 vítimas e no outro processo, envolvendo 9 mulheres, 114 anos. Além da prisão, ele deverá pagar R$ 100 mil de indenização por danos morais para cada uma das vítimas. 

As sentenças foram dadas pela juíza titular da 2ª Vara Criminal da comarca de Anápolis, Lígia Nunes de Paula, no dia 7 de junho. Na decisão, a magistrada frisou a importância da dignidade sexual das pacientes

“A medicina existe para curar as pessoas, não para feri-las ainda mais. Essa indispensável profissão, apesar de fundamental para a manutenção sadia da coletividade, não se sobrepõe a direitos de estirpe constitucional e tutelados pelo direito penal, como, dentro outros, o direito à liberdade e dignidade sexual”, escreveu a juíza.  

"A culpabilidade do réu é desfavorável, uma vez que os estupros foram praticados por meio de ardil, se valendo do pretexto de realizar um exame ginecológico para praticar os atos libidinosos, demonstrando a maior reprovabilidade de seu comportamento. Em reforço, o agente se valeu da sua condição de ginecologista para praticar os atos, desprestigiando sua profissão e demonstrando um alto nível de instrução”, completou.

Denúncias

Nicodemos Júnior foi preso pela primeira vez em 29 de setembro de 2021, após as três primeiras pacientes relatarem os abusos à Polícia Civil. Ele foi solto pela Justiça e só voltou a prisão no dia 8 de outubro de 2021, quando mais vítimas de Abadiânia registraram ocorrências. 

Segundo noticiado pelo g1, uma das vítimas disse que, durante uma consulta, o médico elogiou os olhos e o órgão genital dela. Em seguida, perguntou sobre sua relação sexual com o marido. 

"Eu fiquei congelada e ele fazendo manipulações, isso tudo com os dois dedos introduzidos na minha vagina. Eu não consegui nem respirar no momento. É uma situação que a gente nunca espera que vai acontecer", relatou. 

Outra mulher afirma que foi abusada por Nicodemos também durante o atendimento. "Ele teve conversas inadequadas, me mostrou sites obscenos, brinquedos eróticos e tocou em mim não da forma que um ginecologista deveria tocar. Quando ele colocou minha mão na parte íntima dele, sabe?”, contou.

 

 

(Diário do Nordeste)

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