Incomunicável por mais de 40 horas, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e outros brasileiros que integravam a missão humanitária rumo à Faixa de Gaza estão localizados no centro de detenção de Ketziot (Ktzi'ot), no deserto de Neguev, a cerca de 30 quilômetros da fronteira com o Egito. O Itamaraty informou que o serviço consular brasileiro já acompanha a situação no local.
Ketziot é a maior prisão israelense em extensão territorial, com 400 mil m². Fica a 72 km de Berseba (ou Beersheba) e abriga presos políticos e migrantes considerados em situação irregular pelo governo de Israel.
Visita consular
A parlamentar cearense deverá receber visita de representantes da Embaixada do Brasil nesta sexta-feira, 3, assim como os demais brasileiros detidos. Advogados que prestam assistência à flotilha já estiveram na unidade na quinta-feira, 2, e relataram que parte dos prisioneiros iniciou greve de fome em protesto contra as condições da detenção.
Segundo nota divulgada pela Flotilha Global Sumud nesta sexta, os advogados denunciaram que, durante toda a quinta-feira, os presos não tiveram acesso a alimentação nem água.
O corpo jurídico informou ainda que os detidos foram pressionados a assinar o chamado Pedido de Saída Imediata. O documento acelera a liberação, mas obriga o reconhecimento de entrada ilegal em Israel, resultando em deportação imediata e proibição de retorno ao território por mais de 100 anos.
De acordo com a nota, até o momento “pouquíssimos participantes” aceitaram assinar. No entanto, sem a assinatura desse pedido, a legislação israelense permite a detenção por até 72 horas.
(O Povo)