O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), presidiu hoje 
(13) sua última sessão como presidente do Tribunal Superior Eleitoral 
(TSE). Ele ocupou a comando da corte por pouco mais de seis meses. 
Amanhã (13), assumirá o cargo a ministra Rosa Weber, que ficará à frente
 do processo eleitoral deste ano. Além do comando da Justiça Eleitoral, 
Fux deixa de integrar o próprio TSE, após o fim de seu mandato de dois 
anos na corte.
Das sete cadeiras que compõem o TSE, três são sempre ocupadas por 
ministros do STF, que preenchem as vagas em esquema de revezamento. Com a
 saída de Fux, os integrantes do Supremo que permanecerão na Justiça 
Eleitoral serão, além de Rosa Weber, Luís Roberto Barroso, na 
vice-presidência, e Edson Fachin.
Gestão
Em sua gestão, Fux deu foco especial à aprovação das resoluções do TSE 
que disciplinam as eleições deste ano, entre elas as que tratam do 
financiamento de campanha e da propaganda eleitoral.
Ele deu grande atenção ao tema das notícias falsas (fake news), 
participando de diversos eventos para debatê-lo e ressaltando o desafio 
da Justiça Eleitoral em lidar com a influência da divulgação de 
informações inverídicas sobre candidatos durante o pleito deste ano. Em 
seminário, Fux chegou a afirmar que o problema poderia resultar até 
mesmo na anulação do processo eleitoral.
Um grupo de trabalho formado pelo TSE com especialistas e liderado por 
Fux chegou a discutir uma minuta de resolução específica sobre o 
assunto, mas o documento nunca chegou a ser votado, sob o temor de 
alguns ministros da corte eleitoral de que a norma pudesse ser 
interpretada como censura prévia.
Durante sua passagem como presidente do TSE, Fux também se manifestou 
diversas vezes sobre a inelegibilidade do ex-presidente Luiz Inácio Lula
 da Silva, que para o ministro não poderia sequer se registrar como 
candidato para a corrida presidencial deste ano, por ter sido condenado 
por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na segunda instância da 
Justiça Federal, o que enquadraria o político nos critérios da Lei da 
Ficha Limpa.
Em despacho de 1º de agosto, Fux afirmou ser “público e notório” seu 
entendimento de que Lula está em situação de “inelegibilidade chapada”, 
ou seja, notória e evidente, no jargão jurídico. Com sua saída do TSE, 
no entanto, o ministro não votará em uma eventual impugnação da 
candidatura do ex-presidente, que deve pedir o seu registro somente na 
próxima quarta-feira (15).
Em outro momento marcante de sua passagem pelo TSE, Luiz Fux votou, em 
junho de 2017, pela cassação da chapa Dilma-Temer, que era alvo de 
impugnação por parte do PSDB, por ter sua campanha supostamente 
financiada com recursos ilegais. Na ocasião, o ministro afirmou que os 
fatos que embasaram o pedido de cassação eram “gravíssimos” e 
“insuportáveis”.
Além da posse de Rosa Weber na presidência do TSE, às 20h de 
terça-feira, devem ser empossados também o ministro Luiz Roberto Barroso
 como vice-presidente da corte eleitoral e do ministro Jorge Mussi, do 
Superior Tribunal de Justiça (STJ) como corregedor-geral eleitoral.
(Agência Brasil)
 

 
 
 



 
 
