O tabaco apresenta nicotina, um componente que atua no
sistema nervoso central da mesma forma que cocaína, heroína e álcool.
Em vista dos efeitos provocados pelo hábito de fumar ao organismo, o
pneumologista Dr. Waldomiro José, médico do Hospital e Maternidade São
Cristóvão, faz uma alerta para os danos causados pelo cigarro.
“Fumar pode trazer vários perigos à saúde, como 85% dos casos de
cânceres de pulmão, além de doenças coronarianas, sendo responsável por
25% dos infartos e anginas (dor no peito). Ainda, provoca doença
pulmonar obstrutiva crônica, como bronquite e enfisema, como também
acidente vascular cerebral (AVC), úlceras gastrointestinais e infecções
respiratórias”.
Estudos mostram que fumantes ativos têm 40 vezes mais propensão de desenvolver câncer de pulmão e menos longevidade em
relação aos não fumantes. Também é um risco para as gestantes
tabagistas, pois enfrentam maior probabilidade de complicações durante o
parto, inclusive de óbito fetal.
“Em grávidas, há risco de aborto espontâneo, má
formação pulmonar no feto e recém-nascido de baixo peso”, comenta o
pneumologista. Também outros sintomas podem acometer os fumantes, como
menor resistência física, menos fôlego e pior desempenho na prática de
esportes e na vida sexual. “Há uma série de consequências corriqueiras,
como mau hálito, dentes amarelados, dor de garganta, tosse, gengivite e
falta de ar”, explica.
Tipo de fumo
O pneumologista esclarece que seja cigarro, charuto, cachimbo ou
narguilé, todos são responsáveis pela perda precoce de 1,3 milhões de
vidas por ano no mundo. De acordo com a OMS, o narguilé tem 100 vezes
mais alcatrão, quatro vezes mais nicotina e 11 vezes mais monóxido de
carbono do que um cigarro comum. “Algumas pessoas pensam que por
apresentar certa quantidade de água que isso retira as substâncias
tóxicas, mas, na verdade, ocorre o contrário, já que aumenta a ingestão
de fumaça”.
Por outro lado, os benefícios da decisão de parar de fumar são instantâneos. Imediatamente, o corpo já começa a eliminar os resíduos tóxicos do cigarro, mesmo que tenha fumado durante anos.
“A cada dia sem fumar, diminui o risco de câncer e doenças cardíacas, a
respiração fica mais fácil, há melhora no desempenho físico, mental e
sexual. Além disso, as pessoas que convivem com o fumante também são
poupadas das toxinas, pois não podemos esquecer que os fumantes
prejudicam a si mesmos e ao outro, provocando doenças pelo tabagismo passivo. Por último, ainda há benefício econômico, já que não gastarão mais com maços de cigarro”, finaliza.
Diário do Nordeste