A Polícia Civil registrou um boletim de difamação, nesta terça-feira (11), contra Najila Trindade Mendes de Souza por conta de declarações feitas pela modelo à imprensa sobre os trabalhos da corporação, no caso em que ela acusa o jogador Neymar de estupro.
Segundo boletim de ocorrência, feito pela 6ª Delegacia Seccional de
Santo Amaro, o delegado José Fernando Bessa teve ciência das declarações
da modelo, ao assistir entrevista concedida por Najila ao jornalista
Roberto Cabrini, do SBT.
A modelo afirmou ao entrevistador que "a polícia [Civil] é comprada"
após ser questionada sobre o suposto furto de um tablet, no apartamento
de Najila, onde haveria um vídeo que prova a acusação que ela faz contra
o atleta.
O jornalista afirma, em um trecho da entrevista, que a polícia
encontrou digitais somente da modelo e da empregada dela no apartamento
supostamente arrombado. Na sequência, Najila afirma: "É, mas a polícia está comprada né? Ou não? Ou eu estou louca?".
Por conta dessa declaração, o delegado da 6ª Seccional registrou o boletim de ocorrência contra a modelo.
"Desta feita, analisando o teor das declarações de Najila à imprensa,
sobretudo quando questionada acerca das digitais colhidas na porta de
seu apartamento, verifico ter sido maculada não só a honra da Polícia
CIvil como instituição [...], mas, sobretudo a honra objetiva dos
servidores lotados no IIRGD [Instituto de Identificação Ricardo
Gumbleton Daunt], responsáveis pela coleta do material papidatiloscópico
[digitais]", diz trecho do documento policial.
O delegado acrescenta no boletim que um ofício será encaminhado ao
instituto que coletou as digitais no local do suposto furto. "Caso
sintam-se [os peritos] atingidos em sua honra, apresentem eventuais
representações [contra a modelo]", diz trecho.
Resposta
O advogado criminalista Cosme Araújo, de Ilhéus (BA), falou por
telefone com a reportagem afirmando ser ainda "pré-candidato" a defensor
da modelo. Por conta disso, disse que não pode se manifestar sobre o
caso, como advogado de Najila.
No entanto, ele ponderou, pessoalmente como criminalista, que a
modelo em nenhum momento afirmou nada contra a Polícia CIvil. "Ela não
os acusou (policiais durante entrevista à TV) de crime. Se analisar a
matéria (entrevista ao SBT), ela não afirma nada, ela interroga. Só
pratica o crime, quem pratica uma ação, ou ilação. Ela perguntou, então
'eles foram comprados, né?'", justificou. Araújo acrescentou que sua
provável cliente está em depressão e que concedeu a entrevista sob
efeito de medicamentos calmantes e antidepressivos.
(Diário do Nordeste)