O preço da gasolina comercializada nos postos de combustível do Ceará
apresentou redução na semana passada, entre os dias 9 e 15 deste mês.
Segundo o levantamento da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), o valor médio do litro da gasolina comum era de
R$ 4,572 - R$ 0,08 a menos que na semana anterior (de 2 a 8 de junho),
quando a média havia ficado em R$ 4,653. Apesar disso, no acumulado do
ano, o preço da gasolina já aumentou 5,83%.
Na primeira semana do ano, o combustível estava sendo vendido a R$ 4,32,
em média, nos postos cearenses, cerca de R$ 0,25 a menos que o valor
atual. O aumento de quase 6% é bem maior que a inflação observada na
Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) entre janeiro e maio, de acordo
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice,
no citado período, foi de 3,04%.
O consultor na área de petróleo e gás Bruno Iughetti explica que o
cálculo da Petrobras para a revisão do preço leva em consideração o
valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial. "Nos
últimos 10 dias, o petróleo caiu de preço no mercado internacional, as
cotações ficaram mais baixas, o que permitiu a Petrobras proceder a
redução nas refinarias, que vem, com certa regularidade, afetar os
preços finais para o consumidor na bomba".
O consultor acrescenta que a queda do petróleo no mercado internacional e
a estabilização cambial nos últimos dias, fizeram com que a Petrobras
reduzisse os preços nas refinarias. "Por consequência, essa baixa foi
repassada ao consumidor final. Em termos médios, a queda está sendo de
R$ 0,50 por litro".
Próximos dias
A perspectiva para o comportamento do preço da gasolina nos próximos
dias, segundo Iughetti, é de baixa contínua. "A Petrobras deverá manter
esse processo de queda de preços. No entanto, agora já há um movimento
decorrente da crise entre Estados Unidos e Irã e isso pode afetar o
preço do petróleo no mercado internacional. Nesse caso, seriam esses
movimentos de baixa cessados e voltaríamos a ter alta na gasolina".
Ainda na última semana, a Petrobras anunciou decisão de acabar com a
periodicidade das revisões dos preços dos combustíveis, realizadas a
cada 15 dias anteriormente. Para Iughetti, a mudança será benéfica para o
consumidor. "Obrigará a petroleira, sem mais obedecer prazos de
análise, a proceder as altas e baixas de preço à medida que for
acontecendo. Então é positivo, porque teríamos um movimento de baixa
logo no início, não precisaríamos esperar os 15 dias para anunciar a
baixa".
Diário do Nordeste