Estudo recente de um hospital de Nova York analisou 624 pessoas com
covid-19 e concluiu que 99% desenvolveram anticorpos contra o novo coronavírus.
É preciso verificar ainda se esses anticorpos conferem a imunidade
suficiente para que alguém infectado não volte a ter a doença.
O estudo, que é ainda preliminar e tem de ser revisto por outros
especialistas, sugere que a quantidade de anticorpos gerados é
independente da idade, gênero ou gravidade da doença. Outro estudo feito
na China com 175 infectados indica que os pacientes com sintomas mais
graves produzem mais anticorpos.
Os especialistas estadunidenses admitem que os doentes alcancem o
pico da produção de anticorpos cerca de 15 dias depois do aparecimento
de sintomas e sugerem que é apenas nessa altura que se devem realizar os
testes de imunidade. Essa poderá ser a razão pela qual outros estudos,
desenvolvidos precocemente, não detectaram anticorpos nos pacientes.
A quantidade de anticorpos de um paciente está relacionada à
capacidade do plasma para neutralizar o vírus, de acordo com o estudo do
hospital de Nova York, publicado na revista Nature Medicine. Por essa
razão, o plasma dessas pessoas pode vir a ser um dos tratamentos
possíveis para outros pacientes.
Portugal, por exemplo, já começou a colheita de plasma de doentes
recuperados para ser usado em ensaios clínicos. Os testes desenvolvidos
no Hospital Mount Sinai, em Nova York, foram aprovados pela agência
federal FDA e tinham menos de 1% de hipótese de produzir falsos
resultados positivos, com elevado grau de confiabilidade.
Os especialistas explicam que os anticorpos se unem à proteína S, que
o vírus utiliza para entrar nas células humanas, evitando assim que
surjam reinfeções. Frisam, porém, que falta determinar a quantidade de
anticorpos necessária para que haja imunidade e se eles têm a capacidade
neutralizadora suficiente.
O estudo de Nova York é o mais amplo realizado até agora, contando
com a participação de grande número de pacientes e utilizando o mais
sensível teste a anticorpos disponível.
(Diário do Nordeste)