O papa Francisco autorizou o decreto de martírio para a brasileira
Isabel Cristina Mrad Campos, assassinada aos 20 anos enquanto tentava
fugir de uma tentativa de estupro, em 1982. Por meio do decreto
autorizado na última terça-feira (27/10), ela vai ser proclamada beata.
Em
2001, Isabel recebeu o título de “serva de Deus” do Vaticano, quando um
grupo de pessoas entrou com um processo para a sua beatificação. A
causa foi conduzida pelo Tribunal Eclesiástico instituído por Dom
Luciano, que durante oito anos reuniu documentos, colheu depoimentos e
testemunhos para atestar a religiosidade da jovem e que permitiram
formalizar o processo. Ela fez parte da Associação de Voluntários da
“Conferência de São Vicente”, e muitos testemunharam sua ajuda às
pessoas com deficiência e aos mais pobres.
Quem era Isabel
Isabel
Cristina Mrad Campos nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena (MG) —
cidade a cerca de 170 km de Belo Horizonte —, filha de José Mendes
Campos e Helena Mrad Campos. Com o sonho de cursar medicina, foi para
Juiz de Fora (MG), em 1982, fazer um pré-vestibular. Na época, seu pai
era presidente do Conselho Central de Barbacena.
Em
1º de setembro do 1982, um homem que foi montar um guarda-roupa no
apartamento onde morava com o irmão, em Juiz de Fora, tentou
violentá-la. Ao oferecer resistência, ela foi agredida com uma cadeira,
depois foi amarrada, amordaçada e teve suas roupas rasgadas. Como
continuou resistindo aos ataques, Isabel foi morta a facadas.
O
túmulo da mineira, que fica na Paróquia Nossa Senhora da Piedade, em
Barbacena, costuma receber visitas de fiéis de todo o país. Ela é
comparada à Santa Maria Goretti, que também morreu lutando contra o seu
agressor.
(Correio Braziliense)